quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Capitulo único

 

Ele estava em frente ao espelho olhando o seu terno azul, com uma gravata borboleta vermelha, camisa branca por dentro, seus cabelos ruivos em um topete estilo Elvis Presley. Pigarreou treinou mais uma vez a música que ia cantar de frente a janela daquela pessoa e deu um sorriso sabendo que estava pronto para a sua conquista.

- O galanteador Kuwabara usara o seu charme e finalmente terá a Yukina em seus braços – comenta com si mesmo todo cheio de si.

Ouviu a campainha tocar e vai até a porta, quando abre vê Kurama com um violão em mãos e mais uns amigos.

- Yusuke não vem? – perguntou olhando-o e os demais ali.

- Parece que a Keiko foi lá para casa dele e ele não poderá vir.

- Hiei?

- Não sei dele – respondeu Kurama, dado os ombros. – Mas acho que ele deve estar com a irmã.

- Espero que não! – ele ajeita mais uma vez a roupa, pega o boque de flores azuis-turquesas. – Vamos, está na hora do nosso show!  - ele sai animado de sua casa acompanhado de Kurama e alguns amigos, todos com instrumentos musicais, e logo chegaram à casa da sua amada.

A garota de seus sonhos, a musa de verão da sua praia, a menina que conquistou o seu coração desde o dia que bateu os seus olhos nos olhos dela.

Aquele ar de inocência, de pureza, aquela doçura e aquela fragrância misturada ao ar gelado que ela sempre carregou consigo.

Kuwabara suspira e viaja naquele dia.

- Ei, vamos começar, ou não? – pergunta um dos rapazes com uma flauta em mão

Eles já estavam debaixo da janela dela, todos posicionados, então Kuwabara começou a dedilhar o violão, havia demorado meses para aprender a tocar alguma coisa em um instrumento musical, mas tinha esperança em seu coração, então ele começou a cantar:

- Estou a dizer-te... – a voz de Kuwabara saiu em perfeita harmonia com os instrumentos musicais de seus amigos.  – Sussurro novamente, está noite, está noite. És o meu anjo. Amo-te. Vamos tornar-nos um, está noite, esta noite... – Kuwabara viu a janela do quarto de Yukino se abrir lentamente, seu coração começou a disparar, o seus olhos a se encher de alegria, enquanto ele ia cantando e os instrumentos tocando em perfeita harmonia atrás dele, os mesmo sendo tocados carinhosamente pelos seus amigos, sobre a luz das estrelas, da meia lua no céu acinzentado, e a luz dos postes da rua em que eles estavam de frente àquela janela.

Kuwabara estava ansioso para ver o rosto branco como a neve de sua amada e continuava a sua canção.

- Eu apenas digo... Onde quer que esteja farei sempre com que sorrias. Onde quer que esteja, estarei sempre ao seu lado. O que quer que eu diga, estás sempre em meu pensamento – foi aí que ele sentiu a água gelada cair sobre si e um irmão muito enfezado disse:

- Sabia que vinha aqui hoje, Kuwabara! – ele deu um sorriso de canto. – Se acha que vai conquistar a minha irmã com isso, está muito enganado – ele o olha, com aquele olhar sinistro e frio.  – Você pode ser meu amigo, mas não entregarei a minha irmã para ti facilmente, se esforce um pouco mais – Hiei fechou a janela do quarto.

Kuwabara estava todo molhado e olhando para cima, com muita raiva de seu amigo, pois não esperava aquilo vindo dele.

Jogou o violão no chão o quebrando, viu os seus amigos rindo e saiu com raiva os deixando para trás.

Hiei olhava a sua irmã delicadamente e diz:

- Não fique triste Yukina, eu sei que estava gostando, mas quero ver o que o meu amigo é capaz de fazer, além de uma simples serenata para conquistar você – ele dá um sorriso sereno, beija a testa da irmã. – Eu só quero te proteger e ver se ele ama você mesmo – Hiei gostava de dar desafios, pois ele mesmo era um grande desafiador.

Kuwabara é seguido por Kurama, afinal ele era um de seus melhores amigos e quando o Yokai que virou humano, agora de cabelos ruivos encontrou o seu amigo, ele estava em um bar bebendo, com raiva do seu amigo Hiei, achando que Yukina nunca daria moral para ele, e que tudo tinha acabado.

- Kuwabara melhor irmos para casa e pensar em algo! – ele fala calmamente para ajudar o amigo.

- Pensar em que Kurama? – a voz dele estava mole.

Kuwabara leva mais um copo a boca e engole de uma vez, passa a mão na boca, aperta os olhos.

– Acabou Kurama, minha Yukia não será mais minha – comenta o rapaz com os olhos marejados.

Kurama olha com dó dele, tenta pensar em algo e diz:

- Por que não falamos com o Yusuke? Ele já namora a Keiko há tanto tempo, talvez nos de uma dica – ele está um pouco animado tentando animar o ruivo de cabelos curtos.

- Então vamos falar com ele, agora! – Kuwabara se levantou da cadeira, mas sentou-se de novo.

Tentou outra vez, mas acabou tropeçando nas pernas e caindo, começou a rir, depois a chorar.

- Melhor deixarmos para manhã! – Kurama ajudou o amigo a se levantar e o apoiou em seu ombro.

- Eu quero ir agora! – apontou para o chão com o dedo indicador. - Nesse instante! – cuspiu na cara do Kurama, o hálito estava tão forte que Kurama teve que virar o rosto e franzir o seu nariz sensível.

- Deixa para manhã, Kuwabara. Olha só para você! – Kurama olha o rapaz.

- Eu quero ir agora! – ele tropeça nas pernas e quase derruba o Kurama junto com ele, a sorte que o rapaz é forte e o segurou.

- Está bem – ele se deu por vencido e revirou os olhos.

Começou a caminhar pela rua parada, pois já era tarde da noite enquanto Kuwabara ia cantando em sua cabeça pelo caminho.

- Eu bebo sim, estou vivendo, tem gente que não bebe está morrendo... – ele olhava o céu balançando o braço e apoiando no amigo. – Eu bebo sim, estou vivendo, tem gente que não bebe e está morrendo, eu bebo sim! – riu-se alto, tropeçando nas pernas.

Kurama teve que aguentar o amigo bêbado no seu ombro, cantando, chorando, rindo, quase derrubando ele no chão, algumas vezes cuspindo na sua cara e deu graças a deus que chegou à porta da casa do amigo, Yusuke.

Kuwabara ainda fazia a maior algazarra na porta da casa de seu amigo cantando a música.

- Eu bebo sim, estou vivendo, tem gente que não bebe está morrendo – Yusuke abriu a porta e viu os dois amigos e disse:

- Que barulheira é essa que vocês tão aprontando? Desse jeito vão acordar a Keiko.

- Desculpe vir assim, Yusuke, mas deu errado na serenata do Kuwabara – Kurama apoiava o amigo nos ombros.

- E pelo visto o negócio foi feio, nunca vi o Kuwabara tão bêbado assim. - E como foi!

- Entre, e me conte o que aconteceu – Yusuke deu espaço para Kurama entrar com Kuwabara apoiado nos ombros.

Jogou o rapaz no sofá que já chorava novamente lamentando o fato de Hiei ter lhe jogado um belo balde de água.

Kurama começou a explicar ao Yusuke o que aconteceu com o amigo, mas o Kuwabara não deixava e vira e mexe começava a chorar, e logo ele vomitou em cima da mesinha de centro na sala de seu amigo.

Yusuke teve que limpar a bagunça que o amigo estava fazendo, até que o mesmo caiu deitado e apagado no sofá.

Kurama e Yusuke deram graças a deus por ele ter dormido, agora os dois poderiam conversar tranquilamente.

As horas foram se passando e Yusuke após ouvir o amigo disse:

- Mas não entendi a do Hiei. Ele quer que o Kuwabara prove mais o que? Ele estava lá debaixo da janela da garota, se declarando.

- Não faço ideia! – o Kurama deu os ombros. -  Deve ser coisa de irmão ciumento – Kurama bocejou.

- Vem, vou te mostrar um dos quartos de hóspede e trazer uma coberta para o Kuwabara, amanhã eu vou falar com o Hiei – Yusuke se levantou e Kurama o seguiu até o quarto de hóspede.

Yusuke voltou à sala e jogou uma coberta sobre Kuwabara, voltou ao seu quarto e viu uma menina de olhos castanhos e cabelos longos, acordada.

- Achei que estivesse dormindo – ele deitou ao seu lado.

- Com o choro do Kuwabara bêbado, acho meio impossível – ela deu um sorriso terno

Yusuke sorriu a ela, e deitou ao seu lado a abraçando.

- Hiei foi meio malvado, amanhã eu irei falar com ele.

- Posso ir com você?

- Claro! – ele a puxa para um beijo quente e aproveita o resto da madrugada com a sua namorada.

As horas se passavam rapidamente e logo surgiu à manhã, Yusuke se levantou às dez da manhã acompanhado por Keiko, ele saiu até a cozinha e foi tomar um ótimo café da manhã, ia conversar com Hiei sem que o amigo soubesse.

Eles tinham que ajudar de alguma forma, viu sua mãe arrumando a cozinha.

- Bom dia Yusukel! – ela lavava os copos enquanto fumava o seu cigarro.

- Bom dia mãe! – Yusuke senta se a mesa ao lado de Keiko.

- Senhora Atsuko, bom dia! - sorriu a bela moça sendo servida pelo seu namorado.

- Bom dia norinha! – ela sentou-se com eles, animada.

Conversaram um pouco e logo saíram, pois tinha um assunto para resolver.

Alguns minutos depois, Kuwabara abre os olhos, lentamente, esfrega tentando abrir, mas sente quase impossível, uma tontura, e uma dor de cabeça o assolava.

Senta-se lentamente no sofá e vê que está em uma casa muito conhecida.

- Como eu vim parar aqui? – perguntou em um sussurro e logo em seguida vê uma xícara de café em sua frente.

Olhou bem devagar para ver de quem era àquela mão, e viu a Atsuko.

- Onde está o Yusuke? – ele perguntou pegando a xícara de café e levou a boca.

- Deu uma saída – ela sentou-se ao seu lado. – Eu ouvi a sua conversa com o Yusuke ontem à noite – ela olhou com carinho, pois os amigos de Yusuke eram como se fosse os seus filhos também.

- É... – ele passou a mão em seu topete. – Não me lembro de muita coisa – ele finalmente tomou um gole do café, mas ao sentir o gosto amargo, cospe o café. – Eca isso está horrível! – ele fez careta e passou a mão nos lábios.

- É para curar a ressaca – ela sorri a ele e vê-o tomar novamente fazendo caretas. – Quando Yusuke voltar ele vai trazer boas notícias, você verá! – ela se levanta e põem a mão no ombro dele.

Kurama que descia as escadas olhava a cena um pouco triste, pois Hiei tinha sido duro demais.

Foi até a mesa disfarçadamente para tomar o seu café da manhã.  

Atsuko e Kuwabara ficaram conversando mais um pouco apesar da tremenda ressaca que ele estava o assunto até que rendia.

***

Yusuke viu o seu amigo abrir a porta e disse:

- Já sei por que está aqui! – ele fala com a sua cara de poucos amigos de sempre. – Kuwabara nunca vai crescer mesmo – ele os encara de uma forma mal humorada.

- Podemos conversar, ao menos?  – ele suspirou fundo sabia que ia ser difícil.

- Claro! – ele olhou para namorada de Yusuke, mas permaneceu mudo até sentarem a uma sala com um sofá e uma televisão em cima de uma rack, em baixo do suporte um DVD. – Sentem-se – ele apontou para o sofá.

Yusuke deu a mão a Keiko e sentou no sofá com a sua namorada ao seu lado.

- Hiei eu sei que é difícil para você, já que sua irmã ficou muito tempo longe de você, mas o Kuwabara gosta realmente dela. E ele é nosso amigo. Está certo que ele é meio...

- Eu sei disso Yusuke! – cortou o amigo. - Eu sei exatamente que o Kuwabara quer com a minha irmã e os sentimentos dele.

- Então qual é o problema? – perguntou Yusuke erguendo a sobrancelha.

- Eu quero que ele prove que gosta realmente da minha irmã.

- Você só pode estar brincando, não é?

- Não, por quê?

- O cara passa dias, melhor, meses aprendendo a tocar violão, tendo aula de canto e preparando aquela serenata para ontem à noite e você ainda quer prova maior que o Kuwabara gosta da sua irmã?

- Mas Yusuke, atos românticos não provarão que ele pode dar para minha irmã – ele fala meio frustrado, virando o rosto para o lado.

- Eu entendo o seu ponto de vista, mas o que mais quer que o Kuwabara faça? – Keiko apenas observava.

- Eu quero que ele prove que possa dar uma vida digna para minha irmã, algo que ela nunca teve – ele abaixa a cabeça e junta às mãos pensativo.

- Olha Hiei! Eu não quero intrometer na conversa, mas já intrometendo – começou Keiko o encarando, mesmo ele ainda com a cabeça baixa. – Hiei se não tiver amor como ele pode dar uma vida feliz a sua irmã?

- Mas ninguém vive de amor – Hiei se levantou irritado balançando os braços de um lado para o outro e a olhou.

Yusuke suspirou fundo e se levantou do sofá.

- Não adianta Keiko, ele é cabeça dura – Yusuke nem olhou direito e começou a sair pela porta. – Vamos, Keiko! – ele a chamou.

- Vá indo à frente – ela olhou o moreno com a faixa na testa e disse:

- Olha Hiel, Kuwabara tem se esforçado trabalhando e aprendendo tocar violão e canto para fazer aquela serenata para a Yukino, mas uma coisa eu te digo: O Kuwabara você conhece, sabe o tipo de homem que ele é, sabe o que ele faz, por que é seu amigo. Você sabe que ele é uma pessoa de confiança, com garra, perseverança e quer namorar a sua irmã. Então o que você prefere?  - ela colocou as mãos na cintura e se inclinou um pouco nervosa, o encarando sem medo. – Você prefere o seu amigo para namorar a sua irmã, ou um homem que você mal conhece e quer namorar ela, e que você não sabe de onde ele vem e quem ele é? – ela o encarou bem ainda do mesmo modo. – Pense bem Hiei – ela o deixou ali e saiu pisando alto de raiva logo encontrou o seu namorado a esperando.

- Mandou bem Keiko! - Yusuke abraçou e tinha ouvido toda a conversa dos dois, mas preferiu comentar só para ela.

- Claro! Quem melhor que uma mulher para convencer um homem? – ela falou convencida de si mesma, deu um beijo estalado no seu rosto e os dois foram para casa do Yusuke.

Yusuke sorriu e sabia muito bem o que ela tinha toda a razão já que ela o conquistou com aquele jeito indomável dela.

****

Kuwabara se sentiu um pouco melhor da ressaca. Estava para sair e ir para sua casa, tomar um banho e trocar aquela roupa.  Algumas lembranças vinham como flash em sua mente, algumas até o deixavam meio deprimido.

- Hiei ainda vai perceber que você é o cara ideal para irmã dele – Kurama sentou-se ao lado do amigo.

- Eu não sei mais Kurama, pois ele foi bem claro com aquele balde de água fria na minha cabeça – Kuwabara passou as mãos no rosto ansioso.

- Bom vamos esperar, eu tenho certeza que vai dar tudo certo – o ruivo de cabelos longos deu uma cotovelada de leve no amigo que deu um sorriso triste.

- Vou para casa! – ele se levantou e começou a sair, foi até a cozinha despediu da mãe de Yusuke e ela os acompanhou até a saída.

Kuwabara começou a caminhar ao lado de seu amigo e ouviu Kurama:

- Então já pensou em como provar para o Hiei que você merece a irmã dele?

- Não, e não faço a mínima ideia – ele enfiou as mãos nos bolsos da calça e abaixou um pouco a cabeça. – Não sei por que o Hiei não percebe meus esforços...  Somos amigos de tanto tempo- ele tirou as mãos do bolso e deu um soco em um muro. – POR QUE ELE NÃO VÊ – algumas lágrimas saíram do rosto do ruivo de cabelos curtos.

- Isso tudo vai se resolver, você vai ver meu amigo – Kurama e Kuwabara já chegavam à casa do estressadinho.

Quando Kuwabara olhou melhor não acreditava no que estava vendo, um rapaz baixinho de cabelos espetados para cima, uma faixa na testa e de roupas pretas, de cara amarrada encarando os dois amigos que estavam surpresos com a presença dele ali.

- O QUE VOCÊ QUER? – perguntou Kuwabara irritado encarando o amigo. – QUER ME HUMILHAR PARA SUA IRMÃ DE NOVO? NÃO ESTÁ SATISFEITO POR ONTEM? – perguntou já querendo partir para briga.

- Como você é infantil, Kuwabara! – falou o baixinho dando um passo à frente. – Acho que eu não devia dar ouvidos a Keiko – o nanico já ia embora quando ouviu.

- Keiko? – perguntou Kuwabara perdendo o porte enfezado.

- Sim.

- A namorada do Yusuke?

- Sim – o rapaz já estava na lateral dele e virou o rosto meio de lado para ver o ruivo de cabelos curtos

- O que ela te disse? – ele saiu do modo defensivo e foi para o curioso, enquanto Kurama apenas olha os dois amigos e percebe que é hora de deixá-los resolver as coisas, mas ficaria de longe observando.

- Bom vou deixar vocês dois conversarem, mas não se matem! – ele disse com um sorriso no rosto e saiu os deixando ali.

- Entre Hiei! Diz-me o que a Keiko te disse – Kuwabara olhava para a porta de sua casa, enquanto o seu amigo estava em sua lateral.

- Me convide para entrar – ele olhou um pouco mais animado para o rapaz.

- Certo. Vamos entrar! – ele apontou para a porta após abrí-la.

Eles entraram então Kuwabara fez sinal para que Hiei sentar- se.

Hiei sentou-se e olhou o amigo e disse antes mesmo dele abrir a boca.

- Gosta mesmo da minha irmã? – perguntou o encarando de forma fria.

- Sim! Se eu não gostasse, não teria ido fazer uma serenata para ela.

Hiei olhou o mesmo desconfiado, mas não deixou o ruivo perceber.

- Kuwabara é capaz de fazer a minha irmãzinha feliz? – perguntou e o encarou nos seus olhos.

- Farei o que estiver ao meu alcance, mas por que...

- Shiu! Eu ainda não terminei – ele o encarou mais uma vez de um modo frio e sinistro.

Kuwabara sentiu um frio na espinha e continuou apenas ouvindo.

- Eu vou te dizer algumas coisas, se você estiver de acordo eu aceito o seu namoro com a Yukina, mas se você não aceitar nada feito.

Kuwabara o encarou tentando acreditar nas palavras do amigo, mas ainda assimilava tudo.

- Diga, qual são as suas condições? – ele perguntou curioso querendo saber. Mas de alguma forma sabia que seriam as piores possíveis.

- Primeira coisa: você namorara a minha irmã perto de mim a maior parte do tempo – ele o encarava. – Segunda parte: se você sequer pensar em brigar, fazer a minha irmã chorar, ou qualquer coisa relacionada a isso, você é um homem morto – ele estalou os dedos da mão. - Terceiro e último: só estou deixando você namorar a minha irmã por que eu te conheço e sei aonde te achar e te matar caso qualquer coisa aconteça com ela – ele se levantou, encarou o amigo de uma forma fria e cruel. – Então aceita minhas condições?

Kuwabara se levantou também e encarou o seu amigo. Se ele estava dando lhe àquela chance, era hora dele provar  por que ele gostava da irmã dele, e era capaz de qualquer coisa por aquela garota que ele gostou desde a primeira vez que a viu.

- Eu aceito suas condições, Hiei – ele estava firme e decidido. – Dou a minha vida a você se precisar, só para ficar ao lado da Yukina.

Hiei se espantou com o amigo, mas sorriu de canto e disse:

- Ótimo! Sua vida está em minhas mãos! – ele olhou para o amigo mais alto, estendeu a mão e Kuwabara apertou forte e destemido, afinal era a chance para ele provar para o Hiei que ele era a pessoa certa para a sua irmãzinha.

- Pode ir ver a minha irmã as cinco de hoje e conversar com ela – Hiei saiu sem dizer uma palavra e Kuwabara encarou os passos do baixinho até a porta e quando o mesmo fechou a porta Kuwabara não pode conter um grito de alegria.

Do lado de fora Hiei escutou e sorriu encarando o céu.

“Melhor ter um cunhado amigo, do que um cunhado estranho mal tratando a minha pequenina princesa. Kuwabara é melhor que esses vermes que tem por aí.” Saiu para a sua casa.

Agora Kuwabara teria que se esforçar muito e mostrar ao seu amigo o quanto ele era persistente e que ia dar o melhor de si.

Ia esfregar na cara de Hiei que ele não ia se arrepender de ter um cunhado como ele. Subiu as escadas assoviando e ia começar o seu namoro com a sua amada Yukina.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

A comemoração sem a Bulma

 

Depois de voarmos alguns minutos chegamos à casa.

– Oi pai que bom que veio rápido, temos que ir logo levar esses chocolates aquelas crianças.

– Não precisa mandar a garota ir onde eu estava. Eu sei o que tenho que fazer - eu disse de braços cruzados e em tom ríspido como sempre.

– Se eu te conheço bem o senhor ia ficar no túmulo da mamãe até anoitecer e ia se esquecer das suas obrigações e da sua vida. Todas as datas comemorativas são assim. Eu também sinto falta da mamãe pai, mas o senhor se esquece até de você - Trunks meio irritado.

– Cale-se Trunks e ande logo com essa distribuição – Eu o desafiei.

Ele não teve escola e fomos entregar os ovos de páscoa em vários orfanatos, até que chegamos ao último, assim que adentramos o local as crianças vieram nos abraçar e receber seus preciosos doces. Eu como sempre estava com cara de poucos amigos, mas mesmo assim as crianças ficavam em minha volta, pois há anos eu ia naqueles orfanatos. Foi quando olhei e ao longe eu vi uma garotinha olhando envergonhada atrás da parede, seu ki era um pouco mais elevado que uma criança terráquea comum. Eu a olhava discretamente quando ouvi:

– Pai, já acabamos vamos para a festa em nossa casa?

– Vá na frente Trunks – um tom de ordem saiu de meus lábios.

– Está bem pai, mas não demore.

– Grsss. Vá logo e não enrole – eu o vi sair com a Bra, Kelly e os outros tinham ficado em casa para receber os nossos amigos.

Assim que eles sumiram da minha visão eu caminhei até aquela garotinha vagarosamente me abaixei e disse:

– Oi, olha só o que o tio Vegeta tem para você? - eu disse dando um leve sorriso de canto e dando a ela o único ovo de páscoa que ainda restava em minhas mãos.

– Obrigada tio Vegeta - ela me abraçando timidamente foi quando eu percebi que ela não tinha um dos bracinhos.

– Como você se chama? - perguntei a ela ainda abaixado.

– Me chamo Mel.

– Olha Mel o tio tem que ir, mas eu volto para te ver.

– O senhor promete? - ela perguntou com os olhinhos brilhando.

– Claro, mas não diga a ninguém é um segredo meu e seu. - eu disse me levantando

– Está bem tio. Obrigada pelo chocolate.

Eu apenas sorri de canto novamente e comecei a voar acenando para ela.

Depois de alguns minutos eu cheguei em casa e todos já comemoravam a páscoa em uma grande festa. Eu cumprimentei a todos com meu típico humor negro e fui caminhando para um canto mais isolado, eu parei próxima a porta de vidro que dava para o jardim e senti um ki muito familiar vindo do jardim. Eu adentrei o local e vi o seu rosto triste e mostrando muitas linhas do tempo e disse:

– O que está fazendo aí cafona? - perguntei a olhando.

– Oi Vegeta, eu estava olhando o céu estrelado - algumas lágrimas nos olhos.

– Sinceramente eu não sei o que Kakaroto viu em você – meu tom firme de sempre.

– Você não sente falta dela, Vegeta? Principalmente nessas comemorações. Bulma e o Goku eram sempre os mais animados. - ela disse deixando mais lágrimas descerem em seu rosto enrugado.

– Sim Chichi, eu sinto – minha voz saiu embargada e com muita dificuldade. – Bulma me ensinou muito nesses anos todos. Infelizmente os terráqueos envelhecem rápido demais. - eu disse me sentando e fitando céu com o meu humor negro.

– Sabe Vegeta, eu sempre estava gritando com o Goku, sempre fui histérica com ele, mas agora eu sinto tanta falta dele ao meu lado. Desde quando ele foi embora com aquele dragão nunca mais tivemos notícias dele - ela tristemente com bastante rugas no rosto, uma tosse seca e estranha.

Eu apenas olhei para ela e nós ficamos ali até a festa acabar em um silêncio fitado o céu onde Kakaroto e Bulma estariam.

Após toda a festa eu fui dormir e descansar para um novo dia.

No dia seguinte voltei aquele orfanato e adotei aquela menina sem ninguém saber, de lá do orfanato eu fui com ela até o túmulo de Bulma levando a Mel abraçada em mim, em um voo muito divertido.

– Oi Bulma – eu estava meio rubro e repousei as rosas azuis em seu tumulo. - Essa é a Mel, ela é uma garotinha muito especial e sei que você aprovaria a sua adoção para ela ser a nossa filha. - eu sorri de canto.

– Mel, eu não sou muito bom, mas espero que nós suprimamos nossas solidões.

– Tio Vegeta esse túmulo e de sua esposa? - ela perguntou com os olhinhos castanhos e brilhantes.

– Sim, Bulma me ensinou muito e não sou o mesmo homem de antes – Eu olhei a garotinha com um ar de superioridade e braços cruzados. – Tenho certeza que ela aprovaria.

A garotinha sorriu e me abraçou. Eu fiquei rubro mais respondi ao abraço.

– Tio Vegeta o senhor devia amá-la muito - ela ainda abraçada em mim, porém eu não era muito disso.

– Vamos voando para nossa casa. - eu disse cruzando os meus braços.

– O senhor vai me ensinar a voar? - ela me perguntou tão ingenuamente.

– Claro, mas é um segredo nosso. – me sentei ao chão e olhando aquele lapide.

– Bulma, a Mel será nossa filha adotiva e farei muito por ela, do meu jeito, mas farei. Não sou muito bom com essas coisas, mas ela é uma menina muito especial – eu sorri de canto a pequena garota.

– Agora vamos para a sua nova casa - eu me levantei e a peguei no colo, levantei voo. Eu sorri de canto na esperança de que a páscoa do próximo ano ainda seria melhor do que essa porque eu sabia que Bulma estava olhando por mim e vendo tudo do outro mundo.

 

Fim.

 

Eu ainda me lembro

 

Depois de observar o céu límpido e azul por um tempo eu voltei a olhar aquela lápide fria e prossegui.

– Até hoje eu não acredito que fiquei distribuído chocolates para crianças órfãs antes mesmo de a Bra nascer, o Trunks virar um rapaz e a Bra virar uma moça e ver que eles continuam com essa tradição que você começou. Era e é incrível ver aquelas crianças tão felizes por receber ovos de chocolate – Eu disse com o meu típico sorriso de canto, cabeça encostada na lápide.

– Vou te confessar uma coisa Bulma... - Eu também mantenho essa tradição que você criou. Hoje à noite eu vou ao orfanato levar os ovos de chocolate para as crianças sem pai e mãe.

Eu respirei fundo e uma breve lágrima escorreu pelos meus olhos negros e alguns fleches vieram em minha mente.

******

 

Flash Black on

 

– Vegeta, Vegeta! - ela me procurava.

– O que você quer mulher? - eu disse a assustando-a.

– Eu quero um favorzinho seu - disse ela fazendo charminho passando a mão no meu tórax com um biquinho nos lábios.

– Grsss. Lá vem você me fazer de ridículo para os outros de novo - Eu disse a ela com cara de poucos amigos e mãos na cintura.

– Vegge, não faz essa cara. Eu só quero que você vá comigo comprar ovos de páscoa e também quero que se vista de coelhinho para a Bra.

– Eu me vestir de coelhinho, nem aqui nem no planeta Vegeta, pode ir tirando seu cavalinho da chuva. – Eu estava muito nervoso e empinava o corpo um pouco para frente. - Eu sou um príncipe não vou me rebaixar a isso. Ir com você eu até posso pensar no seu caso, mas de coelhinho não, eu não vou me humilhar assim.

– Nem para a sua princesinha Vegge. _ ela disse fazendo beicinho e alisando meu tórax.

– Grsss. Não sei como você consegue fazer um príncipe como eu mudar de ideia. Grsss... Está bem eu visto. _ Eu disse com a cara mal humorada.

Ela me deu um beijo terno.

 

Flash Black off

 

***************

Eu sai da minha lembrança e voltei me novamente no meu monologo solitário.

– A Bra ficou tão feliz em me ver vestido daquele jeito, a Pan também. Eu via o brilho nos olhos das garotas de tanta felicidade. Depois que elas comeram os ovos de páscoa, ela foram dormir e Kakaroto chegou para mim e disse:

– Você está ótimo de coelhinho Vegeta, só a Bulma mesmo para conseguir essa façanha - ele disse sorrindo e com aquele ar de tonto que ele tinha.

– Cale-se verme - Eu disse irritado e tirando a fantasia.

– Vou te contar outro segredo Bulma... Eu sinto falta do tonto do Kakaroto, ele sempre foi um rival, mas depois se tornou um amigo. – Minhas lembranças viajaram em um passado tão distante e sorri de canto de novo ouvi os pássaros cantarem ali por perto, então voltei ao monologo.

– Aquela aula sobre a páscoa e coelhos foi realmente irritante, você tentava me explicar como funcionava esse costume terráqueo bizarro, como todos os outros também eram para mim da mesma forma, bizarros. – passei a mão no chão gramado. - Sabe Bulma eu daria tudo pra te ver me irritando de novo com todas aquelas idiotices que você me metia. Era cada uma pior que a outra e eu um príncipe guerreiro me submetendo a minha princesa como sempre fiz, mesmo sobre todo aquele orgulho, aquela carranca, grosso e rude, eu fazia por você.

– Quando foi que eu comecei a te amar em? – me perguntei, me respondendo. - Eu nem me lembro mais, quando percebi, eu não parava mais de pensar em você, naquela época você parecia uma terráquea maldita que me enfeitiçou. Incrível não é como você realmente fez isso, me enfeitiçar, com o seu jeito vulgar, irritante, corajoso, destemido e doce de estar ao meu lado e tirando a minha solidão, me dando amor, carinho e uma linda família, uma que eu nunca tive.

Nesse momento eu não aguentei, senti as lágrimas escorrerem pelos meus negros olhos.

Fiquei um tempo olhando o horizonte com o meu olhar perdido e marejado. Senti o vento quente tocar meu rosto, meus olhos foram pesando e eu acabei adormecendo sobre o seu túmulo.

Quando acordei novamente vi o sol alto e quente sobre minha pele, mais uma vez olhei aquele lugar tão vazio e triste. Era exatamente como eu estava me sentindo.

– Sabe Bulma nesse tempo que eu estive aqui ao seu lado eu me lembrei de uma coisa realmente bizarra. - sorri de canto novamente e prossegui. – Você se lembra daquela fantasia de coelho? Eu a encontrei em uma caixa muito bem guardada, eu te perguntei: - Bulma que fantasia é essa? Você respondeu:

– A essa fantasia aí eu vesti há alguns anos atrás, quando o Goku e eu buscávamos as esferas do dragão na nossa juventude. Eu te olhei com um olhar malicioso e disse para você:

– Na próxima páscoa você vesti-la e lembrara o ridículo que você me fez passar. Você ficou tão vermelha, mas concordou. Logo a páscoa chegou e como você havia prometido se fantasiou de coelhinha. A fantasia ainda cabia perfeitamente em você e ficou extremamente linda nela. Naquele dia eu me segurei várias vezes para não te puxar para o nosso quarto.

– Eu queria ter estado ao seu lado no lugar de Kakaroto na sua adolescência, nas suas aventuras e andanças por aí atrás das esferas do dragão – sentia o sol quente da tarde sobre a minha pele. - Pelas histórias que você me contava parecia ridículas, mas hoje noto que são muito divertidas e foram divertidas todas as circunstância que você me meteu também acabaram se tornando divertidas com o passar dos anos – lágrimas ainda escorriam pelos meus olhos negros. - Agora você não está aqui ao meu lado para me pedir para fazer aqueles papeis ridículos que você sempre me fazia passar - Mas uma vez olhei o horizonte esperando algo que não ia acontecer.

– Bulma, enquanto eu estava aqui dormindo eu sonhei com você. – me levantei e olhei para estatua. - Quer saber o que eu sonhei? - perguntei como se eu soubesse a resposta e prossegui. - Como você sempre foi curiosa tenho a certeza que quer saber o que eu sonhei...  Bom no meu sonho você vestia um vestido vermelho bem colado ao seu belo corpo, aquela cor sempre realçava seus olhos e sua pele branca... Nós estávamos indo a um lugar, mas só fui ver quando chegamos lá. Foi até engraçado, porque era um lugar cheio de chocolate, tinha um rio de chocolate, vários coelhos de chocolate, a grama era de chocolate e nos dois corríamos nesse vale todo achocolatado... Depois nos deitamos e você me abraçou tão forte, sua aparência era a mesma de quando nós conhecemos. Depois você me beijou docemente e me pediu pra continuar a ajudar aquelas crianças mais carentes, mas eu continuo viu - eu parei mais uma vez e olhei mais uma vez toda aquela solidão, os túmulos ali quietos e algumas pessoas visitando seus entes queridos.

– Eu vou continuar distribuído os ovos nos orfanatos como eu fazia com você antigamente. Não se preocupe, eu continuarei com essa tradição que você inventou - dei um leve sorriso de lado e prossegui. – Você não comemorava só a páscoa, mas também a ressurreição de Kami-sama. – coloquei a mão no bolso e olhei as flores sobre a pedra no chão. - Você sempre dizia que era o amor de Kami-sama que unia os seres da terra. Acho que foi por esse motivo que você deve estar no paraíso.

– E toda a páscoa era assim, alegre e você sempre me convencia a fazer algo que eu não queria, me obrigava a ficar junto com os seus amigos vermes de sempre, mas depois me recompensava tão bem. Sabe Bulma, você poderia estar aqui nesta páscoa, Bra e Trunks estão preparando algo especial para nossos netos, seria uma surpresa para você se estivesse aqui. – Outra vez senti as lágrimas escorrer nos meus olhos. - Comemoraríamos a páscoa brincando e brigando como sempre. - eu disse com um leve sorriso de canto encostando a minha cabeça na lápide sentindo o vento bater nos meus cabelos levemente esbranquiçados quando ouvi uma voz ao longe.

– Vovô eu estava procurando você. - Disse Kelly, minha netinha filha de Bra.

– O que você quer garota? Como me achou aqui? Não vê que eu estou ocupado? - Eu disse cruzando os braços fechado meu semblante e a olhando.

– E que o tio Trunks disse que estaria aqui e pediu para o senhor não demorar muito.

– Grsss. O que ele quer? - eu disse nervoso mais ainda sentado.

– Ele disse que não é para atrasar com as entregas dos ovos de páscoa aos orfanatos. - ela disse me olhando e aproximou da lápide e prosseguiu. – Vovô o senhor está com saudades da vovó? - ela disse me olhando com aqueles olhos azuis iguais os da mãe e os da avó, mas seus cabelos eram lilás como o do tio.

Eu a olhei em silêncio e voltei meus olhos negros aquele túmulo e finalmente disse com certa dificuldade.

– Sim... Nessas datas eu sinto falta da sua avó. Agora vamos antes que seu tio venha me buscar pessoalmente, apresado do jeito que ele é. - eu disse com meu jeito de sempre.

Nós levantamos voou e eu olhei o túmulo de Bulma e a vi olhando pra mim. Eu a ouvi dizer:

– Eu estarei sempre com vocês meu amor, mesmo do outro mundo e esperarei ansiosa por você aqui no céu. Eu te amo Vegge.

“Eu também estou ansioso para te ver, eu também te amo.” Eu pensei enquanto olhava.

– Vovô está tudo bem.

– Claro Kelly. - eu disse com um leve sorriso de lado e prossegui. – Esse ano eu vou comer todos os seus chocolates.

– Há mais não vai mesmo. - ela disse voando mais rápido.

Continua...

Lembranças

 

Eu, o príncipe dos sayajins, nunca pensei, ou se quer imaginei que um dia ficaria sem ela, sem o meu apoio, minha tormenta, meus olhos e cabelos azuis que me ensinou a não ser tão solitário mesmo com meu jeito orgulhoso, arrogante, teimoso e tempestuoso. Ela me aceitou como eu sou e como seu marido, mesmo não tendo nos casado como Kakaroto se casou com aquela cafona.

Já havia se passado quatro anos desde quando você me deixou aqui nesse planeta e hoje dia da comemoração da páscoa, uma data sempre comemorada por você, sempre gostava de festas, bagunça e ainda me arrastava junto.

Ah!!! Bulma, como eu sinto a sua falta, como sinto falta dos seus gritos ensurdecedores para que eu pudesse participar dessas festas malucas e me fantasiar.

 

Eu me arrumei e sai voando na direção da floricultura, comprei as rosas azuis que ela sempre gostava, sai voando novamente até chegar aquele lugar triste e sóbrio.

Eu adentrei o local voando, olhei para baixo e vi a lapide mais majestosa, feita toda em mármore azul com alguns detalhes em branco, com uma placa escrita em alto relevo, e uma pequena estátua dela. Pousei a frente daquela lapide e vi a estátua dela, ela estava linda. Sorri de canto, me abaixei e repousei as rosas sobre a mesma e ainda olhando a lapide me sentei ao chão e disse:

– Oi, Bulma - dei meu leve sorriso de canto e encarei a estátua de mármore azul. – Estou mais velho, mas ainda tenho a quase a mesma aparência. Eu possuo mais algumas rugas e alguns cabelos grisalhos, mas para um sayajin não pareço ter oitenta anos, em vista desses terráqueos comuns pareço ser o mesmo que você conheceu há tantos anos. Realmente nunca pensei que alguém da minha raça fosse viver tanto tempo para ver você partir - sorri mais uma vez de canto e olhei para o céu, ele estava azul com algumas nuvens espaçadas e o sol escondia de traz delas.

– Sabe Bulma, hoje é páscoa e você sempre fazia uma grande festa para reunir aqueles amigos vermes que você adorava - eu olhei em torno de todo aquele cemitério e senti uma leve brisa em meu rosto, as árvores chacoalhando em um vem e vai, algumas folhas caindo e voando com a leve brisa, meus cabelos remexendo desafiando a gravidade.

– Você se lembra da páscoa em que a Bra estava com sete anos – Coloquei a mão no rosto e pensei. “Como eu sou idiota, nem sei se você me ouve, pareceu um louco falando sozinho”. Mas continuei o meu monologo. - Você me obrigou a ir a todas aquelas lojas que vendiam ovos e coelhinhos de chocolate. Eu fui tão mal humorado que você me fez dormir no chão do quarto porque eu não queria ir e nem fazer aquelas coisas que para mim pareciam ser tão idiotas. Aí você escondeu todos os chocolates pela casa e fez uma competição com os garotos e as garotas. Kakaroto comeu quase todos os chocolates, pois ele tinha um ótimo faro.

Novamente voltei a olhar para o céu, nuvens brancas passavam lentamente, hora ou outra elas tampavam o sol que cintilava majestosamente;.

– Nunca pensei que os humanos pudessem envelhecer tão rápidos e partir para o outro mundo. Nunca pensei que um dia eu ia me sentir solitário de novo. Nunca imaginei que o meu orgulho fosse tão grande a ponto de te desapontar tantas vezes. – Parei e passei a mão no mármore, no rosto da estátua como se eu tivesse acariciando o rosto dela de verdade. – Eu não sei se você está me ouvindo, mas com certeza você deve estar no céu em um lugar muito bonito, cheios de chocolates e festas, tudo que você sempre gostou. Eu sempre fui rude com esses costumes bizarros deste planeta, sempre ia contra, achava idiotice, mas daria tudo para você comemorar essa páscoa comigo, só mais uma vez.

Eu me encostei minhas costas na lapide e prossegui;

– Se lembra de quando você contratou um cara que se fantasiou de coelho e eu realmente achei que fosse um extraterrestre – Me lembrar do passado não era meu forte. - Eu já ia atacá-lo quando você me disse que era de mentira e que eu tinha estragado tudo e ficou furiosa comigo. Você foi para um lado e eu fui para o outro. Ficamos o dia todo de cara virada um para o outro, você era tão teimosa e sabia como me convencer a fazer o que você queria. – Era incrível como ela sabia fazer chantagem emocional. - Naquela noite nós fomos para o nosso quarto e fizemos as pazes na cama. AHHHH! Bulma você era perfeita, mesmo depois de tantos anos.

– Ouve outro ano que na páscoa você inventou de dar ovos de páscoa às crianças carentes. Você me fez ficar ridículo com aquela blusa de coelhinho, eu fiquei muito irritado, principalmente quando Trunks começou a rir quando me viu daquele jeito. Eu perguntei ao bem assim: “Do que você está rindo?” Em um tom ameaçador. – Alisei uma das pétalas das rosas. - Agora Trunks é um pai de família e seu filho já se casou e a esposa dele já está grávida. Nós teremos um bisneto Bulma e Trunks será vovó. Parece até brincadeira - Eu olhei aquele lugar triste mais uma vez para ver se não havia ninguém me observando, não gostava de demonstrar meus sentimentos às pessoas.

– Nós fomos distribuir aqueles ovos para aquelas crianças e quando acabamos eu estava morto de tão cansado, mesmo sendo sayajin, aquelas atividades terrestres que você sempre inventava me cansava mais do que lutar contra um inimigo forte. Mas eu fiquei ainda mais surpreso quando te vi felizes por fazer aquelas crianças felizes, você estava satisfeita e revigorada, eu te admirei ainda mais naquele dia e sempre que aqueles inúteis dos seus amigos precisavam de dinheiro você dava, também dava cápsulas carros, cápsulas casas. Era incrível como você sempre estava ajudando alguém.

Eu parei um pouco de falar e fiquei observando o seu por vários minutos.

 

Continua...

 

domingo, 9 de agosto de 2020

Négocios

 

 

As aulas terminaram e Goten descia as escadas e logo se encontrou com Trunks.

- Onde está a Kiria? – perguntou o rapaz de cabelos exóticos.

- Deve estar na sala dos professores – Goten comentou.

Logo Kiria apareceu e encontrou-se com os dois.

- Prontos para irmos ver a Bulma Briefs?

- Por que está tão animada em ver a mamãe? – perguntou Trunks sorrindo.

- Por que a sua mãe é a lenda da ciência – ela sorriu, pois estava linda e ansiosa.

- Vamos para uma rua mais desperta, de lá decolamos.

Eles caminharam conversando animadamente até acharem uma rua deserta e Goten pega Kiria no colo e sai voando. Trunks também pega voou vão para a casa dos Briefs.

Alguns minutos depois Trunks, Goten com Kiria no colo já pousavam em frente à casa do garoto de cabelos exóticos.

Goten colocou a garota no chão e ela olhava admirada.

- Você tinha razão Goten, essa casa é maior que a minha.

Goten sorri enquanto o Trunks abre a porta e os convida para entrar.

- Mãe, chegamos! – falou o garoto a procurando.

Goten o seguia e Kiria apenas admirava a casa, por mais que a sua fosse cheia de detalhes aquela dava de dez.

- Oi filho! – deu um beijo no rosto dele.

- Oi tia Bulma! – Goten sorriu e sentiu-se abraçado pela mulher.

- Então você deve ser a Kiria? – perguntou Bulma a olhando.

- Sim – ela abaixou-se em sinal de respeito e cumprimento. – É um prazer conhecer a senhorita.

- O prazer é todo meu – Bulma a cumprimentou da mesma forma. – Me acompanhe e vamos conversar.

Kiria olhou para o Goten meio sem jeito.

Goten fez que sim com a cabeça e disse.

- Eu vou te esperar, pode ficar à vontade com a tia Bulma – ele sorriu e Kiria sorriu de volta.

Trunks e Goten foi para um lado conversando e Bulma para o outro.

Bulma entrou em seu laboratório e Kiria entrou atrás e viu os fios, chave de fendas alguns projetos sobre a mesa que ela nem sabia como Bulma entendia aquilo.

- Eu nem sei o que dizer Bulma... – ela estava meio tímida.

- Bom Kiria, eu vou direto ao assunto – Bulma puxou a cadeira para a garota e outra para ela. – Eu vi a sua entrevista e bom, como você divulgou a minha empresa eu gostaria de te dar uma mãozinha. Esses saiyajins são cabeça de vento e você impediu que algo pior acontecesse.

- Bulma, não precisa me ajudar com nada. Eu fiz aquilo pelo Goten e ele me disse que vocês são muito amigos.

- Uma família, pode se dizer – Bulma sorriu. – O Goku é como um irmão para mim, eu o conheci na adolescência.

- Sim, o Goten me disse, mas realmente não há necessidade.

- Claro que há Kiria. Você divulgou a Corporação Cápsula e eu não deixarei isso passar em branco – riu meiga.

Kira sorriu de volta e viu aporta se abrir e se assustou quando viu um homem baixinho entrando de braços cruzados e as encarou com uma cara muito fechada.

- Vegeta, quantas vezes tenho que dizer para bater à porta antes de entrar.

- Não me venha com chatice, mulher – ele a encarou bem. – Arrume a máquina de gravidade – ele disse em ordem. – Aquilo sempre estraga quando eu estou treinando.

- Ai Vegeta! Não está vendo que eu estou com visitas.

- Grss – ele rosnou e encarou a moça - Então você é a mulher que Goten andou se exibindo? – Kiria se encolheu ao olhar o baixinho invocado.

- Sim Vegeta, mas ela divulgou a empresa e eu vou ajudá-la.

- Humpf. Vocês terráqueos adoram um sentimentalismo – ele ainda encarava a moça, como se estudasse ela.  – Não demore a arrumar a porcaria da máquina, pois estou perdendo meu tempo não treinando – saiu pisando forte da sala.

- Me desculpe Kiria, meu marido é assim mesmo.

- Tudo bem Bulma – Kiria deu um leve sorriso, mas ainda sentia a intensidade do jeito do homem que esteve diante de si.

- Bom, eu vou lá arrumar a sala para ele. – Bulma se levantou e pegou uma agenda e entregou a ela. – Anote os seus números aqui e em breve nos falaremos.

- Claro Bulma – Kiria fez o que ela pediu e saiu do laboratório junto dela.

As duas foram conversando pelo corredor enquanto isso Trunks estava conversando com Goten.

- Então vocês já ficaram juntos?

- Sim... – respondeu ele meio rubro.

- Você não é fraco e ela é muito bonita.

- É sim – comentou-o e a viu entrando e mudou de assunto.

- Vamos combinar qualquer dia desses para sairmos eu e você a Maron e a Kiria.

- Agora você quer sair junto comigo e a Maron.

- Ia ser ótimo Trunks – Kiria sentou-se ao lado de Goten e deu um beijo em seu rosto.

Trunks sorriu, sabia que o agora o amigo estava feliz, sabia que agora eles poderiam viver em paz de vez, pois não havia mais mágoa, mais raiva ou algo parecido, agora eles poderiam sair como amigos e junto com as suas namoradas. Ele com a Maron e Goten com a Kiria.

Sorriu e ouviu a empregada o chamar para almoçar.

Eles foram para a mesa e logo em seguida chegou Bulma, Vegeta e Bra.

Eles almoçavam animadamente e Kiria ainda tentava se acostumar com o apetite dos nossos saiyajins, mas sorria ao ver que estava entrando em um mundo diferente.

Kiria combinava os últimos acertos com Bulma, já que a mulher de cabelos exóticos e estava muito feliz com tudo que estava acontecendo na sua vida.

Graças ao Goten, ela estava indo em direção a coisas mil vezes melhores e ergueria a sua empresa. Ela realmente achou o rapaz ideal para ela.

Kiria sorriu e se sentiu muito feliz em meio àquela família em que Goten tinha contato.

O almoço seguiu animado até que todos terminaram de comer e Goten foi para sala com Trunks e Kiria o seguiu.

A campainha tocou e Trunks foi atender e assim que abriu a porta, ele ganhou um abraço muito empolgado e um beijo no rosto.

- Oi Maron! – correspondeu o abraço e deu-lhe um selinho. – Entre.

A garota se soltou dele e entrou e logo viu Goten de mãos dadas a garota de cabelos castanhos.

- Oi Goten! Tudo bem? – perguntou ela o abraçando.

- Oi Maron. Tudo sim – ele correspondeu. – Essa e minha namorada Kiria – apontou a moça de cabelos castanhos a ela.

- Eu vi a entrevista – comentou-a. – Sua namorada é muito bonita.

- Obrigada, Maron – respondeu Kiria e viu Trunks se sentar ao lado da bela jovem.

Os casais e conversavam animadamente quando Kiria virou para Goten e disse:

- Vamos Goten! - ela se levantou e o puxou.

- Claro – ele olhou o casal a sua frente. – Até mais para vocês dois – ele sorriu e Kiria se despediu também.

Trunks e Maron os viu saindo.

Ao sair Goten a pegou no colo e saiu voando.

- Obrigada por tudo – ela deu um beijo no rosto dele. – Você está me fazendo muito bem e graças a você a minha empresa tem o apoio da Corporação Cápsula.

- Eu não fiz nada – ele estava meio rubro e pousou no quintal da casa dela.

- Claro que fez – ela abriu a porta e entrou e ele entrou logo em seguida. – Você me aceitou mesmo feia, me perdoou e de quebra me fez conhecer Bulma Briefs e agora minha empresa vai se erguer de novo, tudo graças a você – ela aproximou dele.

Goten sorriu e desviou o rosto e sentiu ela o abraçar.

Goten ainda se sentia meio tímido, mas aos poucos correspondeu.

- Sabe Goten... Eu sei que estamos juntos há muito, mais muito pouco tempo – ela ergueu o rosto e o encarou. – Mas você não imagina o quanto eu estou feliz.

Goten sorriu e olhou nos olhos dela.

- Eu também estou muito feliz. Até por que eu sou meio aliem e você me aceitou do jeito que eu sou.

- Você também em aceitou do jeito que eu sou mesmo usando aqueles trajes de menina feia.

Goten a puxou para mais perto de si e foi aproximando o seu rosto do dela.

- Você me fez esquecer um antigo amor e me fez tirar ela do meu coração agora eu quero ir com você até onde der – Goten a beijou delicadamente a envolvendo em seus braços.

Logo o mesmo a pegou no colo a beijando fervorosamente e a levou para o quarto entre beijos, a colocou na cama e a encarou.

Ele estava um pouco vermelho enquanto a olhava, mas sentiu que ela seria como sua mãe e seu pai, ou sua cunhada e seu irmão.

Ela seria sempre dele, mesmo com pouco tempo que a conhecia e agora era pouco tempo que eles estavam juntos, ele já sentia que ela seria a sua cara metade pelo resto da sua vida.

Ele voltou a beijá-la e então ela envolveu as suas pernas em volta dele e sentiu as mãos dele acariciar o seu corpo com certa avidez e então escutou ele sussurrar em seu ouvido:

- Tem uma coisa que eu ainda não te contei – ela sentiu o ar entrar em sua orelha e arrepiar-se todinha.

- O que? – ela perguntou fechando os olhos e sentindo os beijos em seu pescoço.

- Eu posso ficar loiro e de olhos verdes – ele parou, estava sobre ela e a encarou.

- Você só pode estar brincando, Goten – ela sorriu o encarando.

Goten se levantou já sem a sua camisa e concentrou a sua energia, as cortinas do quarto voavam, o chão tremia e logo ele se transformou e disse:

- Eu viro um super saiyajin – ele a encarou agora seus cabelos loiros e seus olhos verdes.

Kiria foi até ele e tocou o seu cabelo, depois o seu rosto. Ela estava apenas de roupas intimas.

Ela encostou a testa na dele:

- Não devia duvidar de você, não é? – ela envolveu os braços sobre o pescoço dele. – Afinal você e cheio de surpresas – ela riu-se. – Posso ficar com o Goten loiro hoje.

Goten assentiu com a cabeça e a beijou ferozmente a levando novamente para a cama, aproveitando cada segundo com ela.

Afinal foi ela que ocupou o vazio que a Maron havia deixado, foi ela que fez que ele esquecesse a magoa que tinha com o Trunks, foi ela que chamou a sua atenção e foi ela que ele escolheu para conviver até quando der.

 

Fim.